Entre os nossos clientes sempre há histórias interessantes, tanto de experiências passadas quanto de grandes planos de vida — e, obviamente, nós amamos ouvi-las.
O relacionamento entre a Rosso Passaporto e esses italo-brasiliani fica tão próximo durante o processo de cidadania italiana que muitos, além de clientes, se tornam amigos de trajetória.
Conversamos com o casal Tereza e Felipe, dois desses grandes amigos, e assim iniciamos a série #AmigosDaRosso, que vai trazer sempre algumas dessas histórias, recontadas por nós e apresentadas aos nossos futuros clientes e amigos.
Tereza nasceu em São Paulo e foi criada na cidade de Lindoia, no interior do estado. Dizemos por aqui que ela tem sangue doppiamente italiano. Ou seja, sua ascendência existe tanto por parte de pai quanto por parte de mãe.
“Já o avô do meu pai é originário da região de San Severino Marche, na província de Macerata. Chegou ao Brasil muito novo para trabalhar na lavoura de café no interior de São Paulo. Ali ele se casou e formou uma família na região de Serra Negra e Lindoia.”
Quantas histórias de nossos antepassados acabamos conhecendo durante o “redescobrimento” de nossa origem, não é mesmo?
Falando em descobrir, durante o processo de cidadania italiana também percebemos que alguns costumes e manias existentes em nossa família reforçam intrinsecamente nossa origem. Tereza, além de estampar o orgulho de ser italiana, carrega alguns aspectos desta cultura que sempre existiram em sua família.
“Brincamos que principalmente os descendentes de Napoli poderiam ser reconhecidos como italianos somente pelo jeito de falar, pela gritaria, pelos xingamentos em italiano e pela mania de usar muito as mãos. Você logo vê que o sangue é italiano, sem dúvida! Já minha família por parte de pai é bem mais tranquila e sempre cozinhou muitíssimo bem, a famosa pasta de domingo não podia faltar.”
Muitos detalhes vão muito além da cultura e se tornam tradição, geração após geração, permanecendo em nossa memória durante toda a vida.
“O que mais me manteve próxima da cultura italiana e da minha ascendência foram as canções de ninar no dialeto napolitano e as histórias que minha mãe e meus avós contavam sobre nossos antepassados, as dificuldades que tiveram, as conquistas, os relatos engraçados, de um tempo e um lugar tão distantes da minha realidade.”
Quando Tereza se mudou para Londrina, no Paraná, para cursar arquitetura, ela conheceu Felipe, seu marido, que estudava na mesma faculdade.
Essa “pequena” confusão de nomes, muitas décadas depois, obrigou Felipe a provar judicialmente que o Vittorio e o Umberto Zendrini eram, na verdade, a mesma pessoa, para que assim pudesse reconhecer seu direito de bisneto.
O signore Zendrini, como a maioria dos imigrantes italianos da época o chamavam, veio para o Brasil para trabalhar nas plantações do interior de São Paulo. Quando se casou com a bisavó de Felipe, os dois decidiram se transferir para o Paraná, em Londrina, onde formaram uma grande família.
“Minha família sempre foi mais calma. Aos domingos nos reuníamos para almoçar todos juntos e lembro que, às vezes, meu avô dizia algumas palavras em dialeto e tocava músicas italianas no seu acordeão/sanfona.”
Essas lembranças deixam nosso coração ainda mais quentinho, não é mesmo? ♥
Felipe nos contou que o primeiro interesse em reconhecer sua cidadania italiana foi em 2012, quando seu irmão teve a oportunidade de jogar futebol na Itália.
Na época, a família iniciou uma busca genealógica e encontrou alguns documentos importantes, mas desanimou com o custo do processo e todas as correções que seriam necessárias. Então a ideia não foi levada adiante.
Felipe e Tereza se conheceram na faculdade de arquitetura. Após o término do curso, o então “casal de namorados” decidiu expandir os conhecimentos na língua inglesa e fazer um intercâmbio na Irlanda. O que ambos não sabiam é que esse novo lugar despertaria ainda mais o antigo desejo de obter o reconhecimento da cidadania italiana.
“O interesse ficou maior quando eu me mudei para a Irlanda e vi que seria possível e incrível uma vida fora do Brasil”, conta Tereza.
Felipe completa: “Em Dublin descobrimos que seria mais fácil encontrar um emprego melhor na nossa área se fôssemos europeus, e isso nos motivou ainda mais a realizar o processo de cidadania”.
Foi na Irlanda que ambos tiveram o primeiro contato com a Janaína Traversim, em uma de suas palestras sobre cidadania italiana. Não tiveram dúvida e fecharam com a Rosso.
Por mais que eles soubessem que o cônjuge de um requerente também possui direitos de morar e trabalhar na Itália devido ao visto especial, decidiram que seria melhor cada um requerer a cidadania em processos separados, pela respectiva família.
Ao serem indagados como foi a experiência de morar na Itália por um período, respondem que nem mesmo o lockdown, decretado logo após a chegada deles devido à emergência do coronavírus, os impediu de vivenciar de perto a cultura do país.
Tereza e Felipe moravam no andar de cima de uma tradicional família italiana, com a qual fizeram estreita amizade e passaram inúmeros momentos juntos: de almoços e jantares a celebrações, de trocas de receitas a conversas intermináveis e rodas de violão onde Felipe tocava músicas italianas e Tereza e a família cantavam para acompanhá-lo.
“Sinceramente, eu não esperava que fosse ser assim o processo, mas coisas incríveis foram acontecendo e seremos eternamente gratos à Rosso por essa experiência realmente incrível e por todos os que passaram por nossa vida e nos ajudaram de alguma forma durante esse período”, afirma Felipe.
E, se você pensa que eles ficaram somente em casa, está enganado! Logo após o período crítico de contágio do novo coronavírus, o governo flexibilizou as regras de distanciamento social e foi possível transitar livremente na região da Sicília.
Não precisa nem dizer que esse dois aventureiros caíram na estrada (com muita segurança e cautela) e juntaram ainda mais histórias para contar.
Infatti, o casal aproveitou cada segundo dessa oportunidade de viver na Itália, e nossa equipe tem muito orgulho de ter participado dessa experiência.
Após o processo finalizado e já com os documentos em mãos, o casal — agora italiano — decidiu retornar a Dublin, já que Felipe manteve seu trabalho durante o tempo na Itália e Tereza conseguiu uma recolocação no mercado de trabalho antes mesmo de pisar em território irlandês.
Sobre o futuro, o casal nos confidenciou:
“Para impulsionar nossa carreira, o próximo plano é juntar dinheiro para fazermos um mestrado em arquitetura na Politécnica de Milão, considerada uma das melhores universidades na área da Arquitetura de toda a Europa”.
Nós seguimos aqui na Sicília, torcendo para tê-los novamente em nostro bel paese!
Apesar de atualmente distantes, já contamos com a próxima visita desse casal que tanto alegrou a região. E também porque sabemos que uma amizade tão bonita como a nossa está apenas começando!
Arrivederci e buon viaggio, carissimi amici!
E você, gostou dessa história? Esperamos em breve contar a sua aqui também! ♥